História

                     

                                        [ Breve História da Escola ]

 

Escola Secundária de José Falcão, Coimbra

(também conhecida por Liceu de Coimbra, Liceu Central de Coimbra, Liceu D. João III, Liceu de Júlio Henriques e Liceu de José Falcão)

O Real Colégio das Artes e Humanidades, criado pelo Rei D. João III, em 1542, visava a preparação dos futuros estudantes universitários nas artes liberais. Até então, não existiam instituições em Portugal que ministrassem um ensino com a qualidade que se julgava necessária para esta preparação, nomeadamente em matérias como a teologia, gramática, poesia, matemática, grego ou a filosofia. Em 1555, a direção do Colégio é entregue à Companhia de Jesus e, em 1561, por alvará da rainha D. Catarina, Regente de Portugal, passa a ser obrigatória a certidão do Colégio para matrícula na Universidade de Coimbra (UC).

Funcionando inicial e transitoriamente nos edifícios dos colégios de São Miguel e de Todos-os-Santos, na Rua da Sofia, e, posteriormente junto ao Colégio de Jesus, em 1568 é iniciada a construção da sua nova sede na Alta de Coimbra, que virá a ser concluída em 1616. Com a expulsão dos Jesuítas de Portugal, ordenada por Marquês de Pombal, em 1759, o Colégio passa a ser administrado diretamente pela Coroa, como um dos novos estabelecimentos públicos de ensino secundário criados pela reforma da educação. Em 1772, o Colégio passa para a dependência da Universidade de Coimbra (UC), a qual fica também a superintender todo o ensino em Portugal.     

1836 - Decreto de Reforma da Instrução Secundaria

Foi neste contexto ideológico que a 17 de novembro de 1836 foi aprovado o Plano dos Liceus Nacionais (Decreto da Reforma da Instrução Secundária, publicado no DG n.º 275, de 19 novembro), durante o breve mas marcante período em que Passos Manuel exerceu o cargo de Ministro do Reino. Este decreto estabeleceu o plano dos liceus nacionais, substituindo as aulas avulsas criadas pelo Marquês de Pombal por uma estrutura mais abrangente e organizada. A reforma não só visava a democratização do acesso ao ensino como também buscava alinhá-lo às exigências de uma sociedade em transformação, marcada pela industrialização e pela necessidade de formar mão de obra qualificada.

 1840 – Liceu Nacional de Coimbra, Colégio das Artes

O Liceu foi inicialmente instalado, no histórico Colégio das Artes, aproveitando as infraestruturas já existentes. Neste espaço, manteve-se o equipamento original do colégio, ao qual se acrescentaram algumas melhorias importantes, como a criação de uma biblioteca e de uma sala de estudo. Estas foram acomodadas num novo piso intermédio, construído sobre a Capela e a Sala dos Atos, evidenciando os esforços para adaptar o edifício às necessidades do novo estabelecimento de ensino.

1895 – Liceu Central de Coimbra, Edifício de S. Bento

 1914 – Liceu Central de José Falcão, Edifício de S. Bento

Com a implantação da República Portuguesa, em 1910, o Liceu foi renomeado, em 1914, como Liceu José Falcão, em homenagem a José Joaquim Pereira Falcão, ex-aluno e professor da instituição, primeiro lente substituto de Matemática e ajudante do Observatório Astronómico e, depois, promovido a lente catedrático e a primeiro astrónomo, sendo mesmo nomeado diretor interino do Observatório em 1890. Com espírito liberal, apaixonou-se pelas ideias republicanas, sendo seu ideólogo e autor da famosa Cartilha do Povo.

1928 – Liceu Nacional de Júlio Henriques (coexistindo com o Liceu José Falcão), Edifício de S. Bento

A partir de 1928, o velho edifício quinhentista, com ligeira remodelação, passou a albergar o recém-criado Liceu Júlio Henriques, que homenageava o cientista e pedagogo revolucionário no campo da Botânica, que entre 1866 e 1873, exercera o cargo de Secretário da Faculdade de Filosofia e, posteriormente nomeado lente catedrático, regente da cadeira de Botânica e Agricultura, e, diretor do Jardim Botânico.

Ora, a coabitação dos dois liceus num edifício antigo e já saturado revelou-se problemática, obrigando a soluções provisórias enquanto se planeava a construção de novas instalações. Neste contexto, é muito bem-vinda a iniciativa do Ministro da Instrução Pública, Duarte Pacheco, de lançar um conjunto de iniciativas para a construção de liceus modernos, seguindo modelos pedagógicos e arquitetónicos avançados.

1931 – Passagem de Liceu Central de José Falcão e Liceu Nacional de Júlio Henriques a Liceu Normal de José Falcão e Liceu Normal de Júlio Henriques, Edifício de S. Bento

Os liceus públicos eram genericamente designados "liceus nacionais". Os liceus onde era ministrado o curso complementar eram designados "liceus centrais". Os liceus anexos às escolas normais superiores, eram chamados de “liceus normais”, uma vez que estavam organizadas para proceder à formação e certificação dos professores de ensino secundário.

No mesmo ano, dão-se início às obras de construção do novo edifício na Av. Afonso para albergar um máximo de 480 estudantes do Liceu Júlio Henriques.

1936 - Liceu Normal de José Falcão, Edifício de S. Bento e Liceu Normal de Júlio Henriques, Edifício na Av. Afonso Henriques

A construção do Liceu Júlio Henriques concluiu-se em 1936. Apesar da criação do novo liceu, o velho Liceu José Falcão continuou instalado no Colégio de São Bento.

1938 – Liceu Normal D. João III, com fusão dos Liceus de José Falcão e de Júlio Henriques, Edifício na Av. Afonso Henriques

Neste ano definiu-se o novo plano nacional de construção de estabelecimentos de ensino e determinou-se a junção dos dois liceus no novo edifício, prevendo a ampliação com mais um piso, para albergar as 23 turmas do Liceu José Falcão, e, de uma assentada, mudou-se o nome dos dois republicanos pelo de D. João III. 

1974 - Liceu Normal de José Falcão.

No contexto político do pós-25 de abril, o nome do liceu foi alterado para recuperar o patrono republicano José Falcão, refletindo a memória e os valores progressistas associados à instituição.

1979 – Escola Secundária de José Falcão

O Liceu foi reclassificado como Escola Secundária José Falcão, em 1979 e, em 2010, o edifício foi reconhecido pelo Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR) como Imóvel de Interesse Público (Portaria n.º 241/2010. DR, 2ª série, n.º 63 de 31 de março), protegendo assim o seu valor histórico e arquitetónico. Este reconhecimento não apenas preserva o legado do modernismo em Coimbra, mas também honra o papel transformador do liceu na história da educação secundária em Portugal.

 

Fonte:

https://www.uc.pt/person/universcidade/univercidade/urbanidade/escola-secundaria-de-jose-falcao/

 

A Escola Secundária José Falcão

Um dos primeiros três Liceus criados em Portugal, a Escola continua a ser uma referência, não só de Coimbra mas também do País.

Contacte-nos

Telefone: +351 239 487 170
Secretaria: secretaria@esjf.edu.pt
Direção: direcao@esjf.edu.pt
http://www.esjf.edu.pt

 

Procura